Esta monografia aborda uma temática pouco conhecida da Guerra Peninsular: a Falerística, que trata das Ordens de Mérito, Condecorações, Medalhas e Insígnias criadas e concedidas naquela época. Foi também um período em que se permutaram condecorações com os aliados britânicos e espanhóis e que igualmente importa conhecer, até porque, por vezes, estas são confundidas com as portuguesas, mesmo nos documentos oficiais da época.
A regência e o reinado de D. João VI marcam uma verdadeira revolução falerística em Portugal. Além da abordagem à Ordem da Torre e Espada (ordem cimeira nacional) de que se comemoram os 200 anos, procuramos com esta obra apresentar todas as condecorações existentes ou criadas no período histórico da Guerra Peninsular num sentido lato (1793-1824). De igual forma, aquelas criadas para premiar operações fora da Península Ibérica, como é o caso da conquista da Guiana francesa ou das campanhas Cisplatinas (no actual Uruguai). Também não foi esquecida a polémica participação da Legião Portuguesa que combateu enquadrada no Exército de Napoleão e viu dezenas dos seus militares agraciados com condecorações francesas.
Mas porque a Guerra Peninsular acarretou consequências sociais e políticas que se prolongaram muito além do seu término, apresentam-se igualmente aquelas referentes a doi episódios históricos - Vila Francada e Abrilada - que indiciavam a Guerra Civil que se avizinhava a passos largos... Ainda uma breve referência a outras formas de reconhecimento público do mérito, o que nos levará a breves incursões por disciplinas com a Heráldica, a Vexilologia ou a Armaria.
Estes vários episódios históricos são complementados com centenas de imagens recolhidas em colecções particulares e públicas, portuguesas e estrangeiras, e por listas nominais de milhares de agraciados com as várias condecorações abordadas. No fim, um índice remissivo, por nomes e títulos nobiliárquicos (mesmo concedidos mais tarde) poderá servir de ferramenta para outros trabalhos de Genealogia e de História Militar em geral.